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4 dos poemas de amor mais bonitos em português

No dia dos namorados selecionamos aqueles que são, para nós, 4 dos poemas de amor mais bonitos escritos em português.

A escolha foi, obviamente, difícil.

Mas no meio da arte que é a poesia conseguimos escolher quatro dos poemas que mais nos tocam, nos emocionam e conseguem traduzir aquilo que, muitas das vezes sentindo, somos incapazes de expressar.

 

1. Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

Algumas notas:
  • Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913, e morreu a 9 de julho de 1980, aos 67 anos.
  • Formou-se em Direito, mas não exerceu advocacia mais do que um mês. Trabalhou como redator, foi crítico de cinema durante algum tempo e ingressou na carreira diplomática. Mas foi sobretudo na área musical e literária que se distinguiu.
  • A nível musical teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra. De resto foi através dele e de Jobim nasceu nasceram clássicos como “Se Todos Fossem Iguais a Você”, “Eu Sei que Vou te Amar”, “Garota de Ipanema” e “Insensatez”.
  • Na literatura e no teatro deixou obras-primas, com destaque para a peça teatral “Orfeu da Conceição”. Na literatura, foram mais de 10 livros, com destaque para “Forma e Exegese”, “Cinco Elegias” e “Poemas, Sonetos e Baladas”, também conhecido como “O Encontro do Cotidiano”, publicado em 1946, que traz o poema “Soneto de Fidelidade”, que posteriormente seria declamado junto com a música “Eu Sei que Vou Te Amar”.
  • Pode saber mais acerca dele clicando aqui
  • E deliciar-se com um poemas de amor mais bonitos em português ouvindo aqui:

 

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2. Bilhete, de Mário Quintana

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…

 

Algumas notas:
  • Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
  • Considerado o “poeta das coisas simples”, com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, trabalhou como jornalista quase toda a sua vida.
  • Para Mário de Quintana, o ato de escrever era uma forma de observar o mundo. E foi dessa forma que escreveu aquele que, para nós, é um dos poemas de amor mais bonitos em português

 

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3. Todas as cartas de amor são ridículas, de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Algumas notas:
  • Álvaro de Campos é um heterónimo de Fernando Pessoa.
  • Terá nascido em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890.
  • Fez o liceu em Lisboa e partiu depois para Glasgow, na Escócia, onde frequentou o curso de Engenharia Naval.
  • Instalado em Lisboa, foi aí cidade que passou a viver sem exercer qualquer atividade para além da escrita.
  • É descrito por Pessoa como alto, elegante, de cabelo preto e liso, com risca ao lado, usando monóculo e com um “tipo vagamente de judeu português”.
  • Pode sentir um bocadinho mais o poema neste vídeo produzido para a RTP

 

 

4. Assim o Amor, de Sophia de Mello Breyner Andresen

Assim o amor
Espantado meu olhar com teus cabelos
Espantado meu olhar com teus cavalos
E grandes praias fluidas avenidas
Tardes que oscilam demoradas
E um confuso rumor de obscuras vidas
E o tempo sentado no limiar dos campos
Com seu fuso sua faca e seus novelos

Algumas notas:
  • Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 06 Novembro de 1919 no Porto, e morreu em 02 Julho 2004 em Lisboa.
  • foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX.
  • Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.

Qual o seu preferido?

Tem outro que goste mais?

Conte-nos tudo nos comentários e… Feliz dia dos Namorados 🙂

 

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