Todos os transcritores sabem que transcrever é transpor para a escrita o que foi dito e está gravado num ficheiro de áudio.
No entanto, as opiniões acerca desta tarefa são muito díspares. Na verdade, quanto mais falamos com várias pessoas sobre o assunto, mais percebemos que:
- Há quem julgue que transcrever é moroso, difícil e chato;
- Há quem julgue que transcrever é facílimo: basta escrever o que se ouviu.
E é sobre esta última opinião, dominante em muitos transcritores, de que vamos falar um pouco hoje.
Transcrever NÃO é só escrever o que se ouviu.
É:
- Ouvir cada palavra;
- Entender o que significa;
- Entender como se enquadra dentro do discurso;
- Usar a pontuação de forma correta e que, ainda assim, não altere o sentido do discurso do orador;
- Pesquisar, pesquisar, pesquisar, pesquisar, pesquisar, pesquisar.
Com a nota de que estas tarefas são feitas praticamente em simultâneo.
Com o tempo e a experiência acabam por ser quase intuitivas – o que não significa que não sejam trabalhosas – mas serão sempre de uma grande exigência.
Sobretudo ao nível da concentração que é exigida aos transcritores.
Já lhe aconteceu estar a falar com alguém e o seu cérebro perder-se?
Entrar numa corrente de pensamentos que nada tem a ver com a conversa em cima da mesa?
O mesmo a ver um filme ou a ler um livro?
Se sim, é normal.
A distração faz parte de nós enquanto humanos. É facto que há pessoas altamente treinadas para manterem um estado de atenção elevado, quase constantemente, mas a maioria dos mortais não o consegue.
Ora, transcrever não se coaduna com essa distração. E daí a dificuldade da tarefa sentida pelos transcritores. Há uma luta (não diríamos constante, mas quase) com o cérebro que vai no sentido de descodificar aquilo que ouvimos, com o que julgamos que ouvimos.
E é por isso que, muitas das vezes encontramos este tipo de erros:
Depois, para além da dificuldade que é essa luta contra a própria distração, há ainda – em noventa por cento dos casos – fatores externos:
- A qualidade da gravação (ou melhor, a falta de qualidade);
- A interrupção (muita das vezes gritante) dos interlocutores;
- O tom de voz, os tiques de fala e os gestos dos oradores;
- A pressão para entrega de um trabalho nos prazos dos clientes;
Daí a importância da pergunta que colocamos no título deste post:
Podemos todos ser transcritores?
A resposta não é evidente. Talvez possamos. Desde que tenhamos algumas características natas, ou adquiridas, essenciais à tarefa.
Assim, antes de se aventurar nesta atividade, achando que “é fácil, é só preciso escrever o que ouço” questione-se:
- Gosta de escrever, ler e tem facilidade nisso?
- É perfeccionista, atento aos detalhes?
- Está disposto a passar muitas horas sentado a ouvir e a escrever?
- Tem tolerância ao som, ruídos agudos e graves, durante muito tempo?
- Tem um bom domínio da língua portuguesa?
Estas são só algumas perguntas que deve fazer a si próprio.
Transcrever vai muito além de “ganhar dinheiro sentado a escrever o que ouvi”.
Transcrever exige atenção, concentração, capacidade de autocorreção e avaliação.
Exige perfeccionismo.
E de que vale dizer aos seus clientes e empregadores que tem todas essas características, se depois, após uma análise e leitura atenta, se percebe facilmente que não?
E quanto aos transcritores weScribe?
Na weScribe todos os transcritores são sujeitos a um teste de transcrição. Todos são avaliados em cada pedido. E nesse sentido asseguramo-nos que a cada pedido de transcrição é dada uma resposta pelos profissionais mais competentes e capazes.
Se quiser saber mais mande-nos um e-mail ou contacte-nos através das redes sociais.
E até para a semana.