IPN Incubadora Rua Pedro Nunes, 3030-199 Coimbra

7 dicas para transcrever de forma mais eficiente

Nota: este artigo foi atualizado em junho de 2020.

O artigo de hoje visa dar resposta à questão “Como transcrever de forma eficiente?”.

De facto, transcrever não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar, exige concentração e disciplina. Depois, precisa de ser rigoroso, perfeccionista e ter atenção ao detalhe. Mas para além disso, como fazer para que o tempo dedicado a esta tarefa seja bem aproveitado e se consiga o melhor resultado e mais dinheiro?

Não há uma resposta certa e errada.

Sabemos isso porque na weScribe trabalhamos com vários transcritores diferentes, de áreas muito diferentes e com métodos de trabalho distintos.

As nossas exigências não são muitas mas, as que temos são imperativas:
  1. Em primeiro lugar, não admitimos erros ortográficos.
  2. Assumimos que todos os trabalhos são revistos e, assim, deixamos de trabalhar com aqueles que não o fazem.
  3. Não é nossa exigência que os trabalhos sejam aceites pelos transcritores, mas os que são têm de ser levados até ao fim.
  4. Não admitimos incumprimentos de prazos.
  5. A palavra “imperceptível” deve ser usada com extrema moderação e, consequentemente deve fazer uma pesquisa sempre que não compreenda qualquer termo/fala.

Sabemos que os transcritores em quem confiamos preenchem estas condições e estamos agradecidos pelo seu empenho e dedicação. E tentamos constantemente motivá-los!

Assim, e voltando à pergunta inicial:

Como transcrever de forma mais eficiente?

Na verdade, não existe um método perfeito, uma fórmula secreta, uma maneira excelente de transcrever.

Mas temos dicas, sugestões, conselhos que damos – de forma gratuita, claro está – e que podem ajudar muito na hora de sentar, correr o áudio e começar a transcrever. Mais precisamente 7 dicas que pode ler já abaixo.

1. Tenha um local confortável, sossegado e com material adequado

Transcrição de gravações Câmaras MunicipaisNão vale a pena achar que vai conseguir transcrever de forma eficiente uma hora de áudio estando sentado no sofá, com a tv ligada ao mesmo tempo, o portátil nas pernas e uns phones comprados por dois euros e meio na loja da esquina.

Trabalho é trabalho e transcrever é um trabalho rigoroso.

Consequentemente, precisa de um local o mais silencioso possível, com condições mínimas.

Ou seja, precisa de uma cadeira razoavelmente confortável. Um monitor que não seja minúsculo (há muito mais tendência a trocar termos, palavras, frases à medida que vai transcrevendo e um monitor pequeno não ajuda). Uns headphones que isolem, minimamente, o ruído exterior.

Nem toda a gente pode investir nesse material, pode dizer. E é verdade.

E é legitimo que seja transcritor na mesma.

No entanto, a bem do seu corpo e mente tente o mais possível encontrar um local e material que o ajude a estar confortável e concentrado.

Leia Também  Transcrever ou não transcrever ou a importância da transcrição

Nota: muita gente nos pergunta se vale a pena investir em softwares e material específico, como pedais, kits de transcrição, etc. É evidente que a resposta a isso depende dos objetivos de cada um: não vale de nada investir em material caro se for transcrever cinco minutos de dois em dois meses. Ou comprar tudo isso e depois trabalhar na cama, meio deitado, meio sentado. Nós achamos que um bom trabalho coaduna-se com uns headphones de boa qualidade, um teclado que, no mínimo, tenha comandos de áudio (pausa, aumentar e diminuir volume, etc) e um monitor que não seja, por exemplo, do tamanho de um pequeno tablet. O resto vai depender da opção pessoal de cada um.

 

2. Ouça pequenos trechos e transcreva os mesmos

Depois que decidiu começar, instalou-se no seu local tranquilo e com material minimamente adequado, é simples:

  • Primeiro de tudo ponha o áudio a correr.
  • Ouça pequenos trechos.
  • Faça pausa no áudio.
  • Finalmente transcreva o que ouviu.
  • E assim sucessivamente até ao fim.

Não vale a pena ouvir parágrafos inteiros achando que poupa tempo. Porquê?

Porque o cérebro humano – a não ser em raras exceções – não tem a capacidade de, durante muito tempo, ouvir e memorizar automaticamente longas frases.

Assim, o que acontece quando o faz? Provavelmente metade fica por transcrever e vai ter o dobro do trabalho na revisão.

Leia Também  Preguiça e procrastinação: 5 dicas para combater e ter produtividade

 

3. Faça as marcações de tempo, comentários, correção de erros na revisão

É uma maneira de ganhar tempo uma vez que tem necessariamente de rever.

Desta forma, o melhor é que nessa revisão corrija tudo, incluindo as marcações de tempo. Muitas vezes há exigências específicas do local onde as mesmas devem estar e, ao corrigir duas palavras, a marcação fica desformatada obrigando, provavelmente, a que altere tudo novamente. E se em ficheiros de cinco minutos o transtorno não é muito, quando se trata de ficheiros de uma hora…

 

4. Não seja você a decidir o que cabe ao cliente

É muito frequente revermos transcrições em que o transcritor, devido a qualquer motivo, decide ele próprio o que é ou não importante transcrever, suprimindo assim pequenas coisas que, aos seus olhos não são importantes.

Lembre-se: a não ser que o cliente o informe disso – ou a transcrição não seja literal – transcrever passa por escrever o que  ouve. E se ouve alguém gaguejar, dizer hum, hum, interromper com ok, ok, isso deve ser passado para a escrita.

Mesmo que seja chato.

Mesmo que aumente o trabalho.

Não é o transcritor que decide – a não ser, mais uma vez, que haja esse acordo com o cliente – aquilo que interessa à transcrição. E se lhe é dito transcrição literal… é transcrição literal.

Como é que pode o transcritor saber se aqueles tiques de fala, aquelas interrupções, aquele gaguejar não é essencial ao que se transcreve?

 

5. Aceite somente o que pode transcrever

Sim. Se já tem para transcrever hoje uma hora de áudio não vale a pena aceitar ainda mais meia hora, cinco minutos ou o que seja, achando que consegue.

Provavelmente não vai conseguir.

E quanto mais o tempo vai passando mais vai percebendo isso. E vai ficar extremamente nervoso. Vai deixar de fazer pesquisa. Vai começar a suprimir – quase automaticamente – a maior parte das pequenas palavras. Não vai rever.

Porque há uma impossibilidade real: o tempo. Transcrever pode ser moroso e quanto menor for a sua experiência mais moroso será.

Para fazer um trabalho bem feito, conquistar o cliente ou a empresa com quem trabalha, não aceite mais do que é humanamente possível.

Lembre-se: mais vale um pássaro na mão… que dois a voar. Que é como quem diz: mais vale trabalhar constante do que muito num dia… e nenhum nunca mais.

Leia Também  5 dicas para aumentar a produtividade ao fazer transcrições

 

 

6. Faça pesquisa

Transcrever de uma maneira mais eficiente exije que faça pesquisa.

Se há coisa que nos faz crescer as unhas dos pés para dentro (bonita imagem, não é?)  é perceber que o transcritor colocou “imperceptível” não tendo perdido tempo absolutamente nenhum a pesquisar.

É verdade que há siglas, autores, expressões que não se conseguem entender à primeira. Nem à segunda mesmo que ouça outra vez. Há sotaques também que não ajudam. Mas, a verdade, é que se insistir no google, consegue chegar – na maior parte das vezes – à questão.

Dizem-nos: transcrever é escrever o que se ouve.

Mas não, não é só. Porque o que nós ouvimos nem sempre é o que é dito. O nosso cérebro consegue adaptar-se ao que conhecemos. E se não falamos inglês e a pessoa diz uma expressão em inglês é normal que não conheçamos. E coloquemos imperceptível. Quando não o é.

Assim, faça pesquisa do que ouviu e como ouviu no google.

Insista de várias maneiras. Perceba dentro do contexto. E só quando for totalmente imperceptível desista.

Transcrever não é para todos. Ninguém é obrigado a fazê-lo. Se o quer assumir faça-o bem. Temos a certeza que isso lhe trará recompensas.

Leia Também  Podemos todos ser transcritores?

7. Atenção ao sigilo

Se está a transcrever um julgamento cujo tema até é interessante e veio nos jornais; que até ouviu falar por outra pessoa; em que um dos intervenientes é famoso; ou outra coisa qualquer pode, certamente, ter a tendência de querer partilhar isso com alguém.

Nem é por mal, a maior parte das vezes. Se em causa está, por exemplo e por absurdo, o caso de um dono de uma coelheira que põe em tribunal os vizinhos que fizeram uma festa porque, devido ao ruído, os coelhos não procriaram, vai querer partilhar isso. Ou pode querer rir-se com outrem.

Não o faça.

O sigilo é essencial. O cliente confiou em si, a empresa confiou em si. Do mesmo modo, o seu trabalho pressupõe essa confidência. Pressupõe esse rigor. Pressupõe que sabe que está obrigado a não comentar nada do que ouve, mesmo que seja engraçado, ou lhe cause repulsa, ou até seja interessante.

E se fosse consigo? Gostaria que os detalhes de um caso seu (fosse tribunal, fosse outra coisa qualquer) começasse a circular apenas porque sim?

(O que tem isto a ver com transcrever de uma maneira mais eficiente? Provavelmente tudo! Se não respeitar isto provavelmente vai deixar de ter trabalho e, consequentemente, não serve de nada maior ou menor eficiência).

 

Por hoje é tudo.

Lembra-se de mais alguma dica?

Tem alguma dúvida?

Gostaria de transcrever conosco? Se sim, leia os nossos termos e condições e, caso continue interessado, envie-nos um e-mail.

Até breve.

Deixe um comentário